Vendas no Natal devem crescer 23% e injetar R$ 820 milhões na economia do DF

Pesquisa do Instituto Fecomércio-DF (IF-DF) revela que consumidores e lojistas estão mais otimistas neste Natal. As vendas devem crescer 23% em relação a 2021. A expectativa geral de arrecadação no comércio da capital é de R$ 820 milhões, com ticket médio na faixa de R$ 343,62 por parte dos consumidores. Esse valor apresentou queda de – 0,3% quando comparado com a expectativa de 2021. No ano passado, o preço médio dos presentes ficou, de fato, em R$ 211, conforme pesquisa pós-vendas.

Segundo o IF-DF, 70,4% dos entrevistados irão presentear alguém durante a data. Esse índice foi menor em 2021, com registro de 67,79%. Sob a ótica dos empresários, 74,5% acreditam que as vendas serão melhores agora. No ano passado, o mesmo indicador bateu 69,92%. O pessimismo repetiu a marca histórica de 2021 – apenas 0,8% acreditam que as vendas serão menores neste ano, como mostra a tabela abaixo.

O presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, analisa que o cenário reflete a retomada da economia no período pós-pandemia. “O Natal é a melhor data comemorativa para o comércio em todo o país. Pelo visto, este ano não será diferente. Além da injeção do 13º salário, tivemos deflação e redução nos índices de desemprego nos últimos meses. Se compararmos o nível de ocupação com o ano passado, esses números são ainda melhores. Com isso, a intenção de consumo das famílias aumentou e a confiança do empresário registrou altas seguidas desde abril deste ano, de acordo com pesquisas da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Esse conjunto de fatores nos faz acreditar que o Natal deste ano será realmente muito bom para o comércio”, avalia Aparecido.

Consumidores
O ticket masculino apresentou maior valor durante a pesquisa (R$ 387,49 contra R$ 307,90 das mulheres). Segundo os consumidores, as compras no débito serão mais comuns neste Natal, com 37%, seguidas por dinheiro, 29,7%. Dessa forma, 66,7% pretendem quitar as compras imediatamente. No ano passado, a opção mais mencionada foi o crédito, com (42,57%).

“Segundo pesquisa da CNC, 86,8% das famílias do DF tem alguma dívida, sendo o cartão de crédito (79%) o principal motivo isso. Acreditamos que neste Natal as pessoas irão preferir quitar logo suas contas a estendê-las, já que estão com o cartão de crédito comprometido e talvez não queiram estender a dívida para o próximo ano”, avalia Aparecido.

A amostra de consumidores da pesquisa contemplou 52% de mulheres. Elas estão mais dispostas a comprar um presente (75% contra 65% dos homens). Dos 29,6% geral que não tem intenção de presentear, a maioria relatou dificuldades financeiras (55,9%) e desemprego (14,9%). Outros 13,7% disseram que não gostam de presentear e 12,4% não tem a quem presentear.

As lojas físicas de shopping (37,3%) e camelôs/feiras (20,9%) serão os locais mais utilizados para a compra do presente de Natal de 2022. Juntos somam 58% do total, à frente das lojas de rua (20,63%) e da internet (16,7%).

Roupas (31,07%), calçados (22,78%), cosméticos e perfumes (15,54%) lideram a lista de produtos preferidos para presentear. Os dados foram coletados entre os dias 21 de setembro e 25 de outubro, com amostragem de 544 consumidores e 501 lojistas.

A maioria dos consumidores pretende ir às compras no período da tarde (45,4%), seguido pela noite (34,5%) e pela manhã (20,1%). O dia preferido é o sábado (33,5%), seguido pela sexta (23,4%) e domingo (13,6%).

Lojistas
Para obter representatividade na pesquisa, o estudo priorizou segmentos diretamente impactados pela data comemorativa. Foi levado em consideração, ainda, o porte do estabelecimento e a região administrativa onde a loja está localizada.

O ticket médio esperado pelos lojistas ficou em R$ 245,15 – com aumento de 26% em relação ao valor de 2021 (R$ 194,47). A maioria dos lojistas (67,1%) declarou que vai utilizar alguma estratégia para aumentar as vendas, destacando-se a diversidade de produtos (19,46%) e a divulgação (18,41%), como as estratégias a serem mais adotadas.

A maioria dos lojistas (91,2%) indicou que irá manter os preços dos produtos em relação aos preços do ano passado. A expectativa média entre aqueles que irão ajustar o valor das mercadorias é de acréscimo de +11,2% nos preços. As justificativas para o reajuste na tabela são repasse para o fornecedor (95.4%) e aumento do dólar (4.6%).

Os estoques serão renovados para 26,3% dos empresários. Outros 73,5% disseram que irão manter o volume de produtos na loja.

Metodologia
Os dados foram coletados entre os dias 29 de setembro e 25 de outubro de 2022. A abordagem de consumidores se deu de forma aleatória, em diferentes pontos de circulação do DF, resultando em uma amostra de 544 respondentes.

A abordagem aos lojistas, direcionada aos proprietários e gerentes, se deu de forma telefônica, compreendendo uma amostra de 501 empresas de diferentes segmentos, concentradas em várias regiões do DF.

Dia das Crianças
O desempenho do comércio no Dia das Crianças foi +11,2% melhor que no ano passado. Mais da metade dos lojistas (51,5%) confirmaram que as vendas foram melhores que na mesma data de 2021. Outros 40,2% dos empresários venderam o esperado, e apensa 8,3% menos do que a expectativa. Com isso, 85,2% dos entrevistados alegaram que as suas expectativas com a data foram atingidas. Os dados são de pesquisa pós-vendas realizada pelo IF-DF entre os dias 15 e 29 de outubro.

O levantamento que mediu a expectativa com a data previu uma alta de 19,5% nas vendas em comparação com o ano anterior. “Os índices de previsão e conclusão ficaram próximos, confirmando os números das pesquisas e o resultado dentro da margem de erro. Por isso corrobora sempre a necessidade e a importância das nossas pesquisas para prover previsibilidade no planejamento dos empresários”, avalia o presidente do Sistema Fecomércio-DF.

Houve queda no valor do ticket médio. Enquanto o esperado era de R$ 186,45, o registrado no pós-vendas foi de R$ 149,49 – redução de – 19,2%. Ainda segundo o levantamento, 94,5% dos lojistas mantiveram os preços em relação ao ano passado. Aqueles que optaram pelo reajuste, no entanto, aumentaram 5%, e não os 8,4% detectados antes da data.

Da Fecomércio-DF (https://www.fecomerciodf.com.br/)

Texto: Sinval Souza

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil